quinta-feira, 17 de maio de 2012

Carmim da sua boca.

Daí então me deu um abraço como se quisesse empacotar meu corpo.
Pediu para ficar, eu não me exitei, deixei com que ela sentasse com seu vestido curto no canto da cama. Meus olhos disfarçadamente passava por suas pernas finas.
Eu já não sabia mais como agir, parecia que a luz do quarto ficava um pouco mais escura pela regulagem manual que eu mesmo movia, mas não percebia, que era meu corpo chamando o seu corpo em uma expressão nada romântica.
Ela me pediu vinho... Fui até minha dispensa de desejos e selecionei o melhor tinto que me sobrara depois da última festa que fiz em casa.
Voltei com taças grandes achei que se a embebedasse conseguiria tirar seu vestido com mais rapidez. Aquela lentidão dilacerava meu desejo e deixava-me com a sensação de que precisava pular em cima de seu corpo sensual que conversava com a minha carcaça sem ao menos dizer uma palavra.
Mas então, ela disse sobre seus livros favoritos, seus CDs colecionados, seu sonhos absurdos. E sorria com aquela boca pintada de carmim, e eu a vigiava com tolerância.
Me contou sobre seus casos antigos, seus amores reprimidos, seus jogos perdidos... Daí, eu sorri, me sentei ao seu lado na cama, e comecei a balançar meus dedos bem perto de sua anca. Como se ela não pudesse notar. Demos risadas aleatórias... E ela perguntou mais sobre mim e meus desejos, sonhos e medos. Eu respondi, e meu coração continuava batendo forte, parecia que corria na mesma velocidade que meu desejo de rasgar seu corpo com a sede que sentia da saliva de Olivia.
Começamos a trocar uns elogios e dizer que o tempo é uma dúvida na vida, por isso, precisamos sempre de correr. Demos mais uma porção de risada, e a garrafa já estava na sua metade.
Ela reclamara de frio. Assim, pensei comigo: Como pode reclamar que está gelado, sendo que meu sangue está quente, meu corpo está vibrando, venha eu posso aquece-la.
Mas não disse nenhuma palavra sequer, retirei meu casado e estendi sobre seu ombro. Com um olhar tímido me agradeceu. E eu com o olhar de desejo respondi: Deixe-me abraça-lá. Parece que ela foi complacente e assim eu fiz.
A tomei em meus braços como se fosse sufoca-lá, ela segurou os cabelos da minha nuca, como se estivesse respondendo que também não queria se soltar do meu leviano corpo.
Nos separamos, mas ainda estávamos próximos. Nos olhamos, nos observamos, nos alimentamos pelos olhos.
E assim... Nos beijamos na magia de que nunca acabasse.
Eu com minhas mãos ásperas comecei a desabotoar seu vestido, e ela sorriu complacente. Não consegui me conter, rasguei... Comi, a comi com um amor desumano. Mais parecido com a fertilidade do leão! Nos amamos muito. Nos amamos como se fosse o fim. E só existisse agora, nada de depois.
Amanheceu, e estamos envolvidos juntos no lençol branco daquela enorme cama que nos abraçava compassivamente!
Em diante, a nossa história teve a trágica tendência da rotina, mas a salvação impetuosa do amor. Deixo para você imaginar como foi o final.

2 comentários:

  1. Hum... Muito bom! Hot History. Legal.
    :)

    Ana Luisa.

    ResponderExcluir
  2. Parabéns pelo texto Rapha, muito legal e bem escrito de verdade ;)
    Continue escrevendo sempre!
    Bjos, Pri.

    ResponderExcluir