quinta-feira, 11 de dezembro de 2014

Clichê - [Palavra] Chave -

Quando eu dormir esta noite, preciso de proteção. Gostaria que seus braços envolvessem meus ombros e lençóis. Iria pedir que ficasse acordado dez minutos a mais para que pudesse observar meu primeiro estágio de sono e fizesse seus comentários sarcásticos pela manhã. Gostaria que pegasse meus relógios e tirassem todas as suas pilhas, para que pairasse o silêncio dentro de um lugar inundado de paixão. Do mais, gostaria que não vestisse nada além de uma peça de roupa, de seu critério.
No outro dia, gostaria que acordasse primeiro, mas não serei tão clichê ao ponto de pedir-lhe que me traga o café na cama. Queria alguns sorrisos e um carinho na minha nuca, assim como você fez nos últimos tempos. Foi tão cômodo para mim quando entrou em minha vida e fez com que eu parasse de sentir medo do medo, angústia da ausência, solidão do silêncio. Gostaria que me fizesse algumas promessas, mas não muitas, apenas singelos apreços do que sei passar pelo seu coração. Depois, um pouco mais tarde nós iríamos comer alguma coisa, para não morrermos de fome. Mas seria tão interessante dizer para as pessoas que nos alimentamos de nós mesmos e queijo quente é fartura. Nos amaríamos antes das dez da manhã e nos beijaríamos no intervalo almoço/café da tarde... Não posso dizer a quantidade exata que meus lábios encontrariam os seus, porém posso dizer que seriam daqueles beijos longos e atrevidos, que nos dão prazer e fuga. [...] Eu prometeria, eu faria o máximo que fosse permitido para que não fosses embora de meus sonhos uma noite sequer. No desespero dos meus tambores, não sei onde está mais as alianças que se perderam no meio dos lençóis que nos fazem dormir. Somos além de objetos datados, fotos molduradas, mesmo aquele retrato de uma viagem no frio ser linda e não sair da meu criado. Deixo que minhas palavras junto com minha respiração ofegante entregue para você todos os meus sentimentos. Não, não, não... Meu coração já não acelera mais ele prevalece em constante batida quando penso em sua cintura nada convencional. Gosto quando se revolta com as bobagens da TV, e nossa rotina faz com que eu sinta prazer em viver todos dias e acordar no mesmo lugar. O acaso que se faz caso, a rotina se faz alegria. Penetra em minha  alma com seus dedos que apertam dessa vez minha cintura.
Fogo, paixão... Não sei as pré definições, são vazias demais para essa relação cheia. Cheia de mim, de você e de sonhos.
Espero mais tarde você voltar, pois hoje eu sou feliz para sempre. Amanhã eu espero, acordo, observo e rezo, para que eu seja feliz para sempre outra vez.

terça-feira, 4 de novembro de 2014

Amor.

Quem o disse, mentiu desde o início.
Quando menino ele acreditava naquela metáfora criada pelos adultos de que o amor acontece para todo mundo. Acontece? Quando é que pretensiosamente perdemos o encanto em acreditar?
- O Amor menino!
- Você me disse que era normal.
- E você acreditou por ser imbecil!
Sim os problemas estão nas novelas, aqueles beijos povoados de sabores salgados que podemos sentir sentados do sofá da sala. Francamente, os novos livros que tratam de pessoas que se gostam no processo pós morte, morte, até que a morte nos separe.
O problema sou eu, não eles!
- O amor menino!
- Qual amor?
- Não o de tua mãe para  contigo, outro.
Procuraram nos esconderijos mais escondidos , nos lugares  mais atrevidos. Onde está, quem é ele? Um valsa bem dançada num embalo de sábado, após bons drinques e uma conversa? Clichê pensar que abrir a porta do carro, um jantar a luz de velas é inadequado?
O tempo passou e o amor é o que? Uma administração pública, cheia de regras, estigmas e dinheiro?
O que é o amor perguntei, não obtive resposta... O eco que fora de lá para cá, trouxe uns punhados de lágrimas dilacerado com alguma coisa que ainda não sei dizer o nome.
Era amor? Um filme desses outros que já vi na TV, disseram-me que o amor é melhor... Melhor que o que?
- Homem o amor!
- Sim... O amor!
- Encontraste?

Silêncio.

Após uma vida inteira correndo pelos corredores, o menino parou de andar, parou de falar, parou de querer, parou de sonhar. O menino desceu da árvore, comeu fruto podre, comeu comida farta, ganhou presente no natal, ovo na páscoa, beijo de boa noite, carinho de vó, medo de escuro, avanço pelo estudo. O menino, pulou corda, assistiu tv, corrompeu seu corpo, amou. O homem amou, amou, amou, amou... E durante algumas décadas depois de seus silêncios, o amor veio e lhe apresentou outra perspectiva: Não era amor, era alguma coisa parecida com benevolência e piedade.
- E agora?
- Ainda não aconteceu!

Confuso? Ama-me, ou corrompa-me, porém o faça!
Depois de homem um jantar sem velas e portas abetas.